ORCHIDACEAE

Aspidogyne commelinoides (Barb.Rodr.) Garay

Como citar:

Danielli Cristina Kutschenko; Tainan Messina. 2012. Aspidogyne commelinoides (ORCHIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

313.167,476 Km2

AOO:

76,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Guimarães, 2010; Barros et al., 2011). Inácio; Jarenkow (2008) indicam a ocorrência de A. commelinoides no Parque Estadual do Turvo, no estado do Rio Grande do Sul. Não há registros de ocorrência que confirme a presença de A. commelinoides para este estado em trabalhos recentes (v. Guimarães, 2010; Barros et al., 2011), porém Menini Neto (com. pess.) não descarta a ocorrência da espécie neste estado. Registros de coleta indicam a ocorrência deste táxon no estado do Espirito Santo e Paraná, mas estes não foram considerados pela Lista da Flora do Brasil (Barros et al., 2011).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

?<i>Aspidogyne commelinoides </i>é uma espécie terrestre ocorrente emambientes de Cerrado e Mata Atlântica nos estados do Sul e Sudeste do Brasil. Possui umaextensão de ocorrência de 276.336km². Apesarde a espécie ocorrer em áreas de grande interferência antrópica, está bemrepresentada em Áreas Protegidas nos estados onde ocorre, habita diferentestipos vegetacionais e apresenta uma distribuição ampla. Desta forma, ?<i>Aspidogyne commelinoides</i> é uma espécie Menos preocupante (LC). Porém,maiores estudos populacionais e de exploração poderão futuramente levá-la a umanova avaliação.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

O gênero Aspidogyne foi descrito por Garay (1977) para abrigar espécies que antes estavam subordinadas a Erythrodes, as quais diferem daquele gênero por apresentarem ginostêmio alongado com rostelo inteiro, convexo, oblongo-elíptico ou flabelado, similar a uma concha, que se rompe quando o viscídio é removido. Espécie descrita originalmente na obra Bradea 2(28): 201. 1977. Caracterizada por folhas levemente discolores, de flores esverdeadas a creme. A. commelinoides pode ser identificada pelo rizoma longo, pelo labelo com hipoquílio ovalado e epiquílio oval-lanceolado, e pelo calcar com espessamento vesiculoso no ápice (Guimarães, 2010).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes:

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Dados levantados por Inácio; Jarenkow (2008) no Parque Estadual do Rio Turvo indicam que a espécie apresenta valores de Freqüência Absoluta (FA), Cobertura Absoluta (CA) e Valor de Importância (VI) baixos nas parcelas amostradas pelos autores. A espécie apresenta Tempo de Geração de cerca de 2 anos, conforme estimado por CNCFlora (2011) para plantas herbáceas.

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica, Cerrado
Fitofisionomia: A espécie ocorre em Florestas Ombrófilas Mistas (Barros, 2009) Florestas Estacionais Deciduais (Inácio ; Guimarães, 2008) Campos de altitude (Borges, com. pess.), Campos Rupestres (Menini Neto et al. 2007) e Florestas Montanas (Barberena, 2010).
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry
Detalhes: Planta herbácea, terrícola (Guimarães, 2010) ou rupícola (Barberena, 2010), ocorrendo em Florestas Ombrófilas Mistas (Barros, 2009) Florestas Estacionais Deciduais (Inácio; Jarenkow, 2008) Campos de altitude (Borges, com. pess.), Campos Rupestres (Menini Neto et al. 2007), Florestas Montanas (Barberena, 2010). Teve sua floração registra entre os meses de Fevereiro e Maio (Guimarães, 2010). A grande maioria das espécies da família Orchidaceae são perenes e hermafroditas; é dispersa pelo vento (Barros, com. pess.)

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Atualmente a Mata Atlântica, predominante nos estados em que a espécie ocorre, está descaracterizada e fragmentada, devido principalmente a processos de degradação intensos, sobretudo pelas atividades de agricultura, ocupação desordenada e extração de carvão mineral, reduzindo drasticamente a vegetação original e resultando em formações secundárias em diferentes estágios de sucessão (Citadini-Zanetti et al., 2009). A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade do Cerrado, o outro Domínio Fitogeográfico onde a espécie ocorre. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão dos solos é alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km² - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
​A espécie foi considerada Rara (R) de acordo com os critérios adotados na avaliação de risco de extinção da flora do estado do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
​A espécie ocorre nas seguintes Unidades de Conservação: Parque Estadual do Ibitipoca, Parque Nacional da Serra do Cipó, Área de Proteção Ambiental da Mantiqueira (MG), Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Área de Proteção Ambiental da Região Serrana de Petrópolis, Parque Nacional de Itatiaia, Parque Estadual do Desengano (RJ) (Menini Neto et al., 2007; Guimarães, 2010; Cronenberger, 2010; Barberena, 2010; Banco de Dados CNCFlora IN: http://www.cncflora.jbrj.gov.br/fichas/ficha.htmlid=11143 2011).